Declamaria todos os poemas de amor
e também
os de morrer de amor.
Inventaria histórias sobre a humanidade
enfim humanizada,
livremente associada.
Sobre homens que relacionariam-se
entre si
não mediados pela tal mercadoria.
Sem sonhos fetichizados,
enclausurados pelo capital.
Trabalharíamos o necessário
e o resto seria poesia.
Cantaria todas as canções para ti.
Não fosse a corrosiva distância,
os deveres,
as prioridades,
a militância.
Não fosse a subvida,
apenas sobrevivida pelos nossos.
Não fosse a mefítica burguesia
com seus discursos patéticos,
hipócritas,
e seus lacaios vermes estadísticos.
Não fosse o ódio de classe que nos consome
e nos impõe a difícil tarefa
de forjar um novo dia.
Mas, nesta noite, a chuva cai sobre meu corpo
e tu és vivo em mim.
Hoje, me permito esquecer tudo por um instante
e num lascivo laço
envolvo-te entre minhas pernas,
num desmedido abraço,
entrego-me por completo.
E neste momento incessante,
eu canto.
Não fosse a corrosiva distância,
os deveres,
as prioridades,
a militância.
Não fosse a subvida,
apenas sobrevivida pelos nossos.
Não fosse a mefítica burguesia
com seus discursos patéticos,
hipócritas,
e seus lacaios vermes estadísticos.
Não fosse o ódio de classe que nos consome
e nos impõe a difícil tarefa
de forjar um novo dia.
Mas, nesta noite, a chuva cai sobre meu corpo
e tu és vivo em mim.
Hoje, me permito esquecer tudo por um instante
e num lascivo laço
envolvo-te entre minhas pernas,
num desmedido abraço,
entrego-me por completo.
E neste momento incessante,
eu canto.
19 01 2012
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