quinta-feira, 26 de abril de 2012
Marina Tsvetaeva
VERSOS À TCHECOSLOVÁQUIA (1939)
Lágrimas de ira e amor!
Olhos molhados, quanto!
Espanha em sangue!
Tchecoslováquia em pranto!
Montanha negra –
Toda a luz amputada!
É tempo – tempo- tempo
De devolver a Deus a entrada!
Eu me recuso a ser.
No asilo da não-gente
Me recuso a viver.
Com o lobo regente
Me recuso a uivar.
Com os tubarões do prado
Me recuso a nadar,
Dorso dobrado.
Ouvidos? eu desprezo.
Meus olhos não têm uso.
Ao teu mundo sem senso
A resposta é – recuso.
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