FULIGEM
fragmentos de vidas ceifadas
partículas de biodiversidade
devastada
Bicho, planta, planta, bicho
como num passe de mágica
viram pó, poeira, resquício.
a fuligem acena o futuro
invade a cidade
numa revoada sem rumo
tinge a paisagem
de cinza-fúnebre profundo.
Bicho, planta, planta, bicho
não adianta perguntar
o que você tem a ver com isso
só tenta respirar
com o seu negacionismo
a cortina de fumaça
revela o íntimo antagonismo
entre humanidade e capital
quase à beira do precipício
mas então… você pergunta
que fazer diante disso?
quisera eu acreditar
que com a chuva tudo passou
e nem mais recordar
a moça com nome de flor
Bicho, planta, planta, bicho
não adianta se esquivar
nem um mísero milímetro
enquanto o agro avançar,
é barbárie ou socialismo.
entre o caos ecoa
um rouco e certeiro grito:
Reforma agrária popular
Pelo fim do ecocídio!
16/09/2024
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